Eu sei que você comemora quando um buraco gigante é tapado próximo àquela rua que você passa todos os dias.
No entanto, a tristeza volta quando você vira à esquerda e se depara com um buraco maior ainda, ou então quando passa pela mesma rua no dia seguinte e percebe que o lugar já se encontra com uma nova rachadura.
Pelo incrível que pareça, isso é muito comum em São Paulo e não se trata de uma brincadeira quando digo a você que, em alguns lugares, a obra resiste poucas horas.
Portanto, você - com certeza - deve concordar com os especialistas quando afirmam que o asfalto da cidade é horrível, não é mesmo ?
Pois bem, fique tranquilo que hoje vamos explicar o porque desta conclusão.
Ainda está aí ? Entenda!
Mas afinal, por que nosso asfalto é tão ruim ?
A qualidade do asfalto depende não só de como a massa asfáltica é feita, mas principalmente de como o serviço de implementação em si é feito.
Composição da massa
Segundo João Virgílio Merighi , em entrevista dada ao metro jornal alguns anos atrás, , a composição da massa asfáltica usada na cidade é feita da maneira errada e isso colabora para a formação de defeitos na pista.
São Paulo tem 17.000 Km de ruas e avenidas, por onde passam milhões de carros todos os dias.
E para a manutenção das vias, a prefeitura utiliza uma massa asfáltica composta por 5,2% de asfalto, 63% de pó de pedra e 31,8% de pedras.
O engenheiro civil e doutor em tecnologia de asfaltamento pela USP disse que as proporções de pó e pedra deveriam ser invertidas, algo que não geraria custos adicionais, dificultaria derrapagens e as deformações no piso.
Sim, o trabalho é mal feito!
Tudo começa pelo projeto, e de acordo com Merighi em entrevista para exame , muitas vezes nem se faz um.
Ainda segundo o professor João, tudo se trata de uma sucessão de erros, não é só da camada de cima do pavimento.
Algumas pessoas imaginam que a parte que fica por cima (Revestimento asfáltico) é a mais importante na durabilidade e segurança.
Agora segundo Dickran Berberian na mesma entrevista, dentre todos os fatores que incorporam a pavimentação das ruas e vias, a parte mais importante encontra-se na espinha dorsal do pavimento, camada feita de terra e solo compactado.
E o solo não gosta de água, se molhar perde a resistência.
Para o professor da UNB, o buraco é um atestado de negligência e funciona assim:
Asfalto deforma mais do que o limite calculado
Uma trinca é produzida
Na primeira chuva, a água desce pela trinca
O solo não gosta de água
E, nas próximas chuvas, a trica vira uma cratera
E aí, começa a sessão tapa buraco: Tapa uma, duas, três vezes o mesmo buraco.
Dickran faz uma analogia bem simples: Se você tratar a carie no começo, não há dores, não toma tempo e não custa caro.
Conclusão
Portanto, agora sabemos do porquê de tantos buracos espalhados por São Paulo em vias que não são nada boas para rodar:
O trabalho de pavimentação é extremamente mal feito - seja no projeto,construção e manutenção - com material de baixa qualidade.
O pior é que, além de ter que dirigir desviando das crateras que temos por aí, temos que pagar a conta.
E quanto foi a conta ? Só no primeiro semestre de 2013, foram R$ 8.000.000 , no mínimo, gastos para tapar 100 mil Buracos.
Isto porque , cada buraco , sai à 80 reais (No mínimo).
Você acha que isso é muito ?
Conte para nós nos comentários.
Até Mais!
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